Prestação dos atletas do SC Braga no Rio

Dos 10 atletas que Portugal conseguiu apurar para a sua participação paralímpica na modalidade de Boccia, 3 foram do Sporting Clube de Braga, competindo nas divisões BC3 e BC4, em pares e em individuais: Mário Peixoto (parceiro de competição Alberto Peixoto); José Carlos Macedo (parceiro de competição Roberto Mateus); Domingos Vieira (acompanhante técnico Paulo Correia).

Mário Peixoto teve de ser chamado para substituir o campeão de Portugal, Luís Silva, por motivo de lesão deste último. Portugal só detinha possibilidade de chamar à prova atletas que tivessem ranking internacional pelo que, para além dos atletas já seleccionados, somente estariam em condição de representar o país Mário Peixoto (75º ranking mundial e 5º ranking nacional) e a também bracarense Eunice Raimundo (88º ranking mundial e 8ª ranking nacional).

Mário Peixoto

Assim, Mário Peixoto foi chamado a substituír o lesionado Luís Silva, tendo sido posicionado num grupo de apuramento extremamente exigente, onde tinha como cabeça de grupo a grande esperança da Grã Bretanha, o jovem Patrick Wilson (8º ranking mundial) que tem apresentado uma ascenção meteórica na cena internacional. Ainda, teve de defrontar o Vice-Campeão Mundial, o japonês Kazuki Takahashi (11º ranking mundial).

Os jogos foram extremamente disputados (derrota por 2-4 em ambos), tendo Mário Peixoto apresentado dificuldades na fase inicial (parciais iniciais) mas acabando sempre por melhorar ao longo de cada jogo. De salientar que venceu sempre 2 parciais e perdeu outros 2. Foi decisivo o ter sofrido 2 faltas, uma em cada jogo realizado, muito especialmente no jogo contra o japonês Takahashi, onde em parcial que vencia por 5 pontos após a falta cometida permitiu que o adversário virásse o resultado a favor deste por 1-0. Aspectos que fazem toda a diferença a um nível elevado, onde o controlo dos pormenores ditam o sucesso, ou insucesso.

10613021_941653012546242_313100367109152856_n

Domingos Vieira (9º ranking mundial) apresentou-se num grupo de apuramento extraordinariamente difícil.

O arsenalista teve de defrontar o coreano Hyeonseok Seo (8º ranking mundial), tendo vencido 2 parciais e perdido outros tantos. Apesar do equilíbrio nos parciais, o coreano levou de vencida o nosso guerreiro do minho por 3-5, com os parciais de 0-4; 2-0; 0-1; 1-0. De seguida defrontou o nº 1 do ranking mundial, Yuk Wing Leung de Hong Kong. Previa-se um jogo muito difícil para o nosso atleta, mas podemos verificar que perdeu 2 parciais e venceu outros 2 parciais, o que evidencia um jogo equilibrado (0-4; 0-1; 1-0; 2-0).

Por último venceu o grego Chrysi Morfi-Metzou (32º ranking mundial) por 6-1, mas já não foi suficiente para garantir o apuramento para os 1/4 de final. De salientar que Yuk Wing Leung (Hong Kong) acabou por sagrar-se campeão paralímpico e que o coreano Hyeonseok Seo posicionou-se na 4ª posição final da prova.

Sem dúvida que Domingos Vieira teve uma brilhante prestação, ao ter cumprido com o atleta grego e ter discutido a vitória com o atual campeão paralímpico e com o derrotado da discussão para a medalha de bronze.

12742618_1083776108340522_6268400815061662640_n

José Carlos Macedo alcançou a medalha de bronze. Venceu o coreano Han Soo Kim, após um jogo difícil e de desfecho imprevisível que teve de ser decidido através de parcial de desempate após ter-se registado um empate (5-5) no final dos 4 parciais (4-0; 0-2; 1-0; 0-3).

O atleta bracarense (6º ranking mundial) somou 4 vitórias no seu percurso até ao bronze paralímpico, vencendo o canadiano Bruno Garneau (43º ranking mundial), a anterior campeã paralímpica Ye Jin Choi (Coreia do Sul; 13ª ranking mundial), a sueca Maria Bjurstrom (14ª ranking mundial), nos 1/4 de final, e Han Soo Kim (2º ranking mundial) para a medalha de bronze. Nesta prova, José Carlos Macedo só foi batido por Ho Won Jeong (nº 1 do ranking mundial e o atual campeão mundial) que acabou por sagrar-se campeão paralímpico após bater o nº 3 do ranking mundial, o grego Grigorios Polychronidis.

doc1-page-001

José Carlos Macedo detém um currículo fantástico ao nível paralímpico, tendo obtido 2 medalhas de ouro em Atlanta’1996, 1 medalha de ouro em Sidney’2000, 1 medalha de bronze e 1 medalha de prata em Londres’2012, e agora junta mais uma medalha de bronze no Rio’2016, perfazendo um total de 6 medalhas em 5 participações.

14224839_1530032350347644_4236072341652866012_n

Em pares BC3, Portugal contou com a participação dos bracarenses José Carlos Macedo e Mário Peixoto. José Carlos Macedo entrou a jogar em todos os jogos, enquanto que Mário Peixoto somente entrou a meio do segundo jogo. Juntamente com os nossos atletas fez parte do par o atleta da ARDA Porto, Armando Costa.

Portugal apresentou-se como o 3º do ranking mundial, logo atrás da Coreia e da Grécia. No seu grupo de apuramento, Portugal defrontou a Grécia (2ª Ranking Mundial), a Grã Bretanha (6ª Ranking Mundial) e Singapura (7ª Ranking Mundial).

Portugal entrou bem no primeiro jogo tendo vencido a Grã Bretanha por um renhido 4-3, com parciais de 0-3, 2-0, 1-0, 1-0. No jogo seguinte foi derrotado pela 3ª potência da Ásia (Singapura) por 1-5, com os parciais de 0-1, 0-2, 1-0, 0-2. Com a Grécia somou nova derrota por 2-5, com os parciais de 0-4, 0-1, 1-0, 1-0. Desta forma não conseguiu o apuramento para as 1/2 finais diretas.

Realçamos que Portugal tem apresentado dificuldades nos últimos anos nesta divisão. Neste ano (2016) foi 5º lugar no Open da Póvoa, atrás da Rússia, França, Grã Bretanha e Suécia. Na Colômbia, 2015, apesar de ter disputado a final com a França, que perdeu, apresentou extremas dificuldades para vencer a Espanha nos 1/4 de final (4-3); extremas dificuldades para vencer a Rússia nas 1/2 finais (3-2); tendo ainda sido 2º na pool, atrás da França e ter evidenciado dificuldades com a Suécia (3-2). No Campeonato da Europa de Pares (2015) foi 3º no grupo, atrás da Grécia e Espanha, apesar de todos terem ficado empatados em pontos, posicionando-se em 5º lugar final da prova. Em Poznan (2015), foi 1º à frente da Grécia, com dificuldades perante a Espanha (3-2); com a França (4-3) – 1/4 de final; Suécia (4-1) – 1/2 final; vencendo a Grécia na final por 3-2. Em Portugal, 2014, perdeu com a França na pool (5-5) e com a Suécia (2-4), não tendo conseguido passar a fase de grupos.

11167784_614656302008725_2987488798620156372_n

Em pares BC4, Domingos Vieira com os atletas do FC Porto Pedro Clara e Carla Oliveira tiveram uma tarefa hercúlea. Depois de um apuramento muito sofrido, e conseguido graças ao afastamento do 8º país do ranking, a Hungria, por irregularidades com os seus atletas, Portugal reassumiu a responsabilidade de estar ao mais alto nível. Porém, o grupo de apuramento contou com Hong Kong (1ª do Rank Mundial), com a Vice-Campeã Europeia  e 4ª do ranking mundial (Grã Bretanha) e com a Campeã Europeia e 5ª do ranking mundial (Eslováquia).

11221282_1264287316922150_5179246867770328140_n

Portugal discutiu com Hong Kong (2-6, com os parciais de 1-0; 0-2; 1-0; 0-4), apresentou extremas dificuldades com a Grã Bretanha (4-11, com os parciais de 0-4; 2-0; 0-6; 2-1), e com a Eslováquia (4-8, com os parciais de 0-5; 0-1; 0-2; 4-0).

A todos os nossos atletas e aos seus parceiros de competição e acompanhante, a secção de desporto adaptado – Boccia quer deixar o mais elevado reconhecimento pela prestação nos Jogos Paralímpicos do Rio’2016, mais ainda por todo o trabalho realizado ao longo deste ciclo, 4 anos, e por terem representado o clube e a seleção nacional com a mais alta distinção, com elevada dignidade e espírito competitivo e desportivo.

 

 

 

 

 

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s