Em notícia publicada no Jornal Diário de Notícias (http://www.dn.pt/desporto/outrasmodalidades/interior.aspx?content_id=2837140), a Associação de Atletas Portadores de Deficiência que participaram nos Jogos Paralímpicos Londres 2012 foram “surpreendidos” pela proposta apresentada pelo Comité Paralímpico de Portugal relativamente aos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro de 2016.
Este documento – Regulamento Rio 2016 -,segundo a Associação de atletas “foi negociado nos bastidores à revelia dos atletas paralímpicos, ao contrário daquilo que tinha sido prometido pelo Chefe de Missão durante os Paralímpicos em Londres”.
Ainda na opinião dos atletas o Regulamento é uma proposta surrealista, já que, sinteticamente, propõe conseguir-se melhores resultados com menos atletas e em condições mais limitadas.
Assim sendo, a Associação de Atletas Portadores de Deficiência em conjunto com muitos dos atletas que integraram o Projeto Paralímpico Londres 2012, vêm chamar a atenção para o seu descontentamento e preocupação relativamente ao conteúdo daquele documento.
Bolsas Paralímpicas
Os atletas não concordam com os valores apresentados no Regulamento para as modalidades individuais.
Estes valores mais uma vez vêm “evidenciar as diferenças de tratamento entre atletas olímpicos e paralímpicos, estando estes claramente em desvantagem face aos primeiros”.
Os atletas portugueses recordam que “os paralímpicos dos outros países são profissionais” e que em Portugal o caminho “terá de ser este”. Assim sendo, “não se compreende” como é que se pretende atingir esse objetivo com os valores injustos e indignos sugeridos no Regulamento.
Com o intuito de se caminhar para uma profissionalização e para que os atletas portugueses possam estar nos Jogos Paralímpicos a competir – se não em condições de igualdade pelo menos com condições mais aproximadas às dos olímpicos – e como temos consciência de que a igualdade de tratamento entre olímpicos e paralímpicos é uma utopia a médio prazo, os atlertas paralímpicos propoem valores que apesar de tudo consideramos menos injustos:
Nível 1 Paralímpico —— 880euro (corresponde ao nível 3 de um atleta olímpico)
Nível 2 Paralímpico —— 680euro
Nível 3 Paralímpico —— 485euro (corresponde ao ordenado mínimo nacional)
Níveis e Critérios de integração
Consideramos que Os mínimos A devem garantir o acesso ao nível 2: parece-nos que diminuir a bolsa dos potenciais participantes nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 em vez de garantir melhor qualidade nos resultados desportivos só propícia piores resultados; Não se compreende como é que se pretende exigir mais qualidade quando efetivamente cada vez são dadas menos condições àqueles que estão no Projecto.
Os mínimos B devem garantir ao atleta o nível 3 e dar acesso à entrada no projecto: consideramos este ponto de grande relevância. Não compreendemos porque razão o Comité impede que potenciais participantes nos Jogos Paralímpicos possam receber uma verba para se prepararem.