Excelente prova dos jovens atletas nacionais em Pajulahti, na Finlândia, nos European Paralympic Youth Games, EPYG’2022, conquistando 4 medalhas de Ouro e 1 medalha de Bronze, nas 5 provas em que participaram.
Portugal apresentou-se com uma delegação de 5 atletas, levando representantes a 5 das 6 divisões em disputa, só não apresentando representante na divisão BC4.
Para além do atleta do Sporting Clube de Braga, Luís Costa (BC3), Portugal esteve representado por mais 3 atletas do Futebol Clube do Porto, Alice Moreira (BC3), Catarina Monteiro (BC2), David Araújo (BC2), e 1 atleta do Santacruzense – Madeira, Francisco Gouveia (BC1).
Na prova BC1, Francisco Gouveia venceu o grupo de apuramento, onde somente obteve dificuldades perante o italiano Riccardo Zanela, em jogo que teve de ser decidido por parcial de desempate. Na 1/2 final ultrapassou o francês Ridouane Messaoudi, e na final a israelita Nikita Prokopenko.
Na classe BC2 – Feminina, a atleta do FCP, Catarina Monteiro perdeu com a eslovaca Eliska Jankechova na 1/2 final, atleta que acabou por arrecadar a medalha de ouro. Na discussão para a medalha de bronze, Catarina Monteiro bateu a israelita Elisavet Iosifidou.
David Araújo, na classe BC2 – Masculino, passou na 2ª posição do seu grupo de apuramento, devido a derrota perante o espanhol Mikel Oterino. Na 1/2 final ultrapassou o grego Pangiotis Paschos, e na final o espanhol Xuban Santero.
Nas calhas, classe BC3, Luís Caravana e Alice Moreira demonstram o seu valor, arrecadando mais 2 medalhas de ouro para Portugal.
Alice Moreira encontrou adversária difícil na francesa Mathilde Troude, com a qual perdeu na fase de grupos, mas que acabou por a vencer no jogo decisivo, na final da prova BC3 feminina, um jogo muito interessante e de bom nível. Também, na 1/2 final, Alice Moreira teve de se esforçar para levar de vencida a grega Dimitra Papdopoulou.

Já Luís Caravana levou de vencida todos os jogos realizados, apesar de ter encontrado adversários difíceis, nomeadamente o francês Mathias Da Silva, o italiano Gabriele Zendron e o norueguês Konrad Logan, contra os quais teve de se manter a bom nível para conseguir controlar os jogos e conseguir vencer.
Pódios Boccia:
BC1 – Masculino
Ouro – Francisco Gouveia – Portugal
Prata – Francisco Bayona – Espanha
Bronze – Ridouane Messaoudi – França
BC2 – Feminino
Ouro – Eliska Jonkechova – Eslováquia
Prata – Kristina Kudlacova – Eslováquia
Bronze – Catarina Monteiro – Portugal
BC2 – Masculino
Ouro – David Araújo – Portugal
Prata – Xuban Santero – Espanha
Bronze – Jan Hatak – República Checa
BC3 – Feminino
Ouro – Alice Moreira – Portugal
Prata – Mathilde Troude – França
Bronze – Giullia Marchisio – Itália
BC3 – Masculino
Ouro – Luís Caravana – Portugal
Prata – Gabriele Zendron – Itália
Bronze – Mathias Da Silva – França
BC4 – Masculino
Ouro – Andrej Kaas – República Checa
Prata – Gergo Gicagz – Hungria
Bronze – Pavao Ruzic – Croácia
A inclusão e o aumento do número de provas para crianças e jovens no calendário nacional da modalidade, já é uma realidade, com os Torneios Novos Talentos (2) e o Campeonato Nacional Jovem (1), ao que se junta a criação da Seleção Nacional Jovem.
Se observarmos a possibilidade de qualquer jovem, com 13 ou mais anos de idade, poder participar em provas regionais e nacionais, e ainda nos Torneios Novos Talentos e no Campeonato Nacional Jovem, percebemos bem o esforço feito nos últimos anos para dar mais oportunidades de participação em provas e estimular os clubes e instituições a desenvolverem a sua formação, trazendo mais crianças e jovens para a prática desportiva.
O caminho para dar mais oportunidades aos jovens para a sua formação e desenvolvimento encontra-se a seguir o seu percurso:
1. Torneios Novos Talentos (Prova de Jogo e Prova de Skills – 6 aos 21 anos) na base desse caminho, torneios abertos a todos;
2. Provas regionais (13 anos ou mais) como outra oportunidade aberta a todos, competindo com atletas de mais idade e experiência, nivelados em divisões, em função da performance apresentada;
3. Prova Nacional Jovem (13 aos 21 anos), para qualificação de quem apresenta maior desenvolvimento e talento.
4. Prova Nacional por Género (13 anos ou mais) e Prova Nacional Absoluta (13 anos ou mais), para quem demonstrar especial talento e maturidade no jogo que permita competir com atletas mais experientes e talentosos a nível nacional.
5. Seleção Nacional Jovem, para dar oportunidade aos atletas jovens mais promissores de cada classe para que possam adquirir mais experiência e motivação, para garantir o futuro da representação internacional do país.
Talvez, este sucesso da participação portuguesa revele que o caminho traçado está em bom andamento. Porém, ainda será necessário criar uma estrutura para acautelar o futuro, alargando, ainda mais, esta intervenção para mais crianças e jovens, articulando com o Desporto Escolar, criando incentivos e apoios aos Clubes e às instituições, dando formação e acompanhamento regular, tudo isto sob um plano estratégico que possa ser aplicado com os recursos necessários para que seja uma realidade.
Quanto ao Sporting Clube de Braga, o desejo perseguido, há muito tempo, de aposta forte na formação desportiva na modalidade de Boccia, já se iniciou com a articulação semanal de um técnico desportivo com a Associação de Paralisia Cerebral de Braga, instituição com a qual o Clube assinará um protocolo para fomento e apoio desta prática aos jovens utentes da instituição.
Pretende-se com esse protocolo aumentar o número de jovens praticantes, proporcionar uma adequada e correta formação desportiva, e abrir a possibilidade de poder ser continuado o desenvolvimento de cada um para patamares superiores e mais exigentes, no âmbito desportivo e competitivo, junto do Clube.